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ERGAMOS OS OLHOS

“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa” (Jo 4.35).

É muito interessante observar que Jesus colocou perante seus discípulos a necessidade de erguerem os olhos para verem os campos brancos para a colheita, depois da experiência com a mulher samaritana. Ele usou também a colheita do trigo, como ilustração, mostrando-lhes que para a colheita de almas não tinham de esperar por mais nada, pois os campos já estavam brancos, haja vista a conversão da mulher samaritana.

No entanto, havia a necessidade de eles erguerem os olhos de seus preconceitos raciais para verem a samaritana como alvo de sua missão, pois achavam que uma mulher desclassificada como aquela não merecia ouvir as boas novas da salvação.

Foto: Benjamin Davies/Unsplash

Meus queridos leitores, nós, igualmente, precisamos erguer os nossos olhos de várias situações que nos impedem de ver os campos prontos para a colheita. Precisamos erguer os olhos de nossas tradições, pois nos acomodamos em nossos cultos entendendo que nós não temos de fazer nada para a conversão dos perdidos, pois aqueles que Deus quiser converter Ele o fará sem nenhuma participação nossa. Basta que sejamos crentes fiéis, e que compareçamos dominicalmente em nossos cultos, que Ele mandará os peixes para o nosso barco. Precisamos também erguer os olhos dos nossos projetos pessoais. Quantos de nós colocamos a missão de embaixadores do Reino no finalzinho de nossa lista: se der tempo; se for conveniente; se não atrapalhar os meus negócios; se não atrapalhar o meu futebol; se não me deixar mal na fita, etc., etc. Quando Jesus fala de buscarmos o Reino de Deus em primeiro lugar, Ele está deixando claro que a nossa missão tem de estar acima de todos os nossos interesses.

Temos de erguer os olhos ainda dos nossos medos. Quantos têm ficado paralisados na missão de reconciliar as pessoas com Deus pelo medo da rejeição por parte de amigos e parentes, ou medo da humilhação por estarem se identificando com os “crentes”. Percebo que muitos, quando desafiados a proclamar, escolhem fazê-lo aos estranhos, pois destes não se sentirão rejeitados, nem diminuídos. Procuram também sempre pessoas menos cultas, ou mais pobres, pois pensam que estas não terão argumentos para refutá-los e nem tampouco zombarão das suas crenças.

No entanto, devemos lembrar sempre que a nossa preocupação primeira deve ser com os nossos. Quando Jesus expulsou os demônios do gadareno, este queria continuar em sua companhia, mas Jesus não permitiu, e disse-lhe: “Vai para tua casa e para os teus.  Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti. Então ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam” (Mc 5.19-20).

À semelhança do gadareno, muitos de nós queremos apenas a companhia de Jesus: os cultos abençoados, a comunhão dos irmãos, os louvores, as mensagens da Palavra, etc. Mas Jesus está nos dizendo: “Vai para tua casa, para os teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor tem feito por ti”.

Ivênio dos Santos